É muito comum ouvir relato de mulheres que passaram por certas situações constrangedoras e de dor durante a gravidez, no parto e pós-parto, mas o que muitas não sabem, é que se trata de Violência Obstétrica.
- Uma em cada quatro mulheres brasileiras é vítima de violência no momento do parto ou pré-natal. Os dados são da Fundação Perseu Abramo e abrangem atos de desrespeito, assédio moral, violência física ou psicológica e negligência.
- O Brasil é o campeão mundial de cirurgias cesarianas. Esse número se refere à totalidade dos nascimentos, e aumenta para 88% se observado apenas no sistema particular de saúde.
O que é?
Acontece no momento da gestação, parto, nascimento e/ou pós-parto, inclusive no atendimento ao abortamento. Pode ser física, psicológica, verbal, simbólica e/ou sexual, além de negligência, discriminação e/ou condutas excessivas ou desnecessárias ou desaconselhadas, muitas vezes prejudiciais e sem embasamento em evidências científicas.
São exemplos de violência obstétrica:
– Lavagem intestinal e restrição de dieta;
– Ameaças, gritos, chacotas, piadas, etc.;
– Omissão de informações, desconsideração dos padrões e valores culturais das gestantes e parturientes e divulgação pública de informações que possam insultar a mulher;
– Não permitir o acompanhante que a gestante escolher;
– Não receber alívio da dor;
Epsiotomia (corte vaginal)
“É só um cortezinho…”
A epsiotomia somente é indicada quando a mulher não tem a elasticidade suficiente para a passagem do bebê durante o parto normal, não deve ser de primeira escolha e quando realizada desnecessariamente ou forçada, configuram violência obstétrica.
Como evitar?
”O Ministério da Saúde institui a Rede Cegonha, inicialmente pela Portaria GM/MS n. 1.459 de 24 de junho de 2011 e mais recentemente pelas Portarias de Consolidação, cujo objetivo é a mudança do modelo de atendimento obstétrico buscando abolir as práticas violentas e vexatórias denominada “violência obstétrica”. Para sua implementação, são realizadas diversas formas de capacitações e incentivos. Em 2016, houve a publicação Diretriz Nacional de Assistência ao Parto Normal, o objetivo é “sintetizar e avaliar sistematicamente a informação científica disponível em relação às práticas mais comuns na assistência ao parto e ao nascimento fornecendo subsídios e orientação a todos os envolvidos no cuidado, no intuito de promover, proteger e incentivar o parto normal”.
Como denunciar?
No próprio estabelecimento de saúde, nos conselhos de classe (COREN, CRM), pelo telefone 180 (Central de Atendimento à Mulher) ou Disque Saúde (136).
Fonte de pesquisa: http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/53079-voce-sabe-o-que-e-violencia-obstetrica
Dados estatísticos: https://www.artemis.org.br/violencia-obstetrica