No Brasil, 70% não têm plano de saúde particular, apontam SPC e CNDL. Entre as classes A e B, o percentual de pessoas sem plano de saúde cai a 45%, já para as classes C, D e E sobe a 77%.
Por Valor Online
Cerca de 70% dos brasileiros não têm plano de saúde particular e 56% acreditam que a saúde pública piorou nos últimos 12 meses, aponta estudo inédito realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com o Ibope.
Entre as classes A e B, o percentual de pessoas sem plano de saúde cai a 45%, já para as classes C, D e E sobe a 77%. A pesquisa ouviu 1.500 consumidores nas capitais do país.
Considerando as pessoas que não possuem plano de saúde atualmente, 60% nunca tiveram esse tipo de serviço. Para os que já tiveram, 32% perderam o acesso por desligamento da empresa que oferecia o benefício e 25% cancelaram o plano por não terem condições de pagar as mensalidades.
Dos entrevistados que não têm plano de saúde atualmente, a maioria (45%) diz recorrer ao Sistema Único de Saúde (SUS) quando precisa de atendimento médico e uma parcela menor (25%) paga pelos serviçoscom dinheiro do próprio bolso.
Já entre quem tem plano de saúde, o empresarial é o mais comum (13%), seguido pelo individual pago por conta própria (11%) ou pago por terceiros (6%). Para as classes A e B, o plano individual pago por conta própria (26%) chega a superar o empresarial (21%) em importância.
Para quem paga o plano individualmente, a média de valor gasto mensal é de R$ 439,54. Quase a metade (48%) das pessoas que pagam o plano de maneira individual afirmam que têm que abrir mão de algo em seus orçamentos para pagar pelo serviço e 51% consideram os reajustes de valores abusivos.
Cerca de 47% dos planos de saúde são contratados com coparticipação, quando parte dos procedimentos e exames são pagos pelo associado. Quando o plano de saúde não cobre toda a despesa, 42% pagam particular e 14% recorrem ao serviço público por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
SUS é mal avaliado
Entre a população que depende do SUS, é grande o grau de insatisfação. Numa escala de 1 a 5, as piores avaliações são para o tempo de agendamento de procedimentos como cirurgia e exames (1,79), tempo e facilidade para agendar consultas (2,01 e 2,02, respectivamente) e rapidez no atendimento de urgência (2,06). A maior satisfação é com a qualidade técnica dos profissionais (2,74) e a disponibilidade de medicamentos gratuitos (2,32).
Cerca de 27% das pessoas fazem uso de algum medicamento contínuo. Dessas, 51% pagam por eles e 43% recebem as doses do SUS. O gasto médio mensal com remédios é de R$ 138, e 68% priorizam genéricos aos medicamentos de marca.