Quem tem pets sabe que não pode descuidar da saúde dos bichos. Cuidados com higiene e alimentação, além de exames periódicos, são essenciais, mas acabam por pesar no orçamento. Nas clínicas veterinárias é cada vez mais comum o serviço de plano de saúde para animais.
As ofertas são semelhantes às dos planos convencionais. Após o período de carência, os animais têm consultas e exames cobertos pelo serviço mediante o pagamento de uma quantia mensal. E o que não está coberto pelo plano pode ser contratado com desconto.
Um detalhe importante a se levar em consideração é que muitas clínicas oferecem apenas seus próprios planos, não atendendo a segurados de outras redes.
A proprietária da clínica Forte dos Animais, em Copacabana, a médica veterinária Carin Temp, explica como funciona: “Cada clínica procura fazer seu próprio plano de saúde. Aqui, ele dá direito a uma consulta mensal e a exames de urina e fezes a cada três meses. O plano também dá desconto de 10% no banho e na tosa e em produtos da pet shop e da farmácia. Há ainda descontos de 20% na internação e de 40% em cirurgias”.
Carin afirma que, atualmente, 500 clientes mantêm planos de saúde para seus animais: “O plano da clínica é interessante porque passamos a ter contato mais próximo com o animal, a ver a evolução dele, fora do quadro de emergência. Temos muita procura, tanto de filhotes quanto de idosos”.
Igor Marchetti, advogado do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), adverte que não existe regulamentação específica para planos de saúde para animais, e, portanto, eles não estão vinculados às normas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Os contratos, entretanto, devem obedecer às regras do Código de Defesa do Consumidor, que veta a prática de venda casada para a contratação do serviço.
“Não existe uma regulamentação específica sobre o tema, mas há certos cuidados que o consumidor deve verificar. Um deles é a venda casada, que impõe o plano de saúde como algo dependente da contratação de outro serviço. Se estiver vinculada, o consumidor pode questionar. Também é preciso atenção quanto a questões como carência, apólice, coberturas, forma de pagamento e índice utilizado para o reajuste. Só vale o que estiver escrito, e é preciso ter conhecimento prévio do que está sendo contratado”, alerta Marchetti.
Outro conselho do advogado é fazer constar o número de animais envolvidos no contrato, devendo constar o nome de cada um deles. Ele diz ainda que é preciso checar a vantagem de se obter o plano de saúde. “O consumidor deve observar se o serviço traz benefício, se traz uma vantagem econômica. Isso porque, se a cobertura for muito frágil, os grandes gastos não serão amortizados o suficiente para justificar o negócio”, avalia o especialista.